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Publicado: 13/05/2016

Projeto CresCimento é exemplo de cooperativismo social na área da construção civil

Um dos destaques da 1ª Feira de Economia Solidária e Agricultura Familiar, realizada pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), foi o estande do projeto ‘CresCimento’ com as peças em cimento para a construção civil e manutenção, produzidas pelo empreendimento formado com população em situação de rua em parceria com o Laboratório de Microestrutura e Ecoeficiência de Materiais (Poli-USP). Durante a exposição, no Vale do Anhangabaú, as pessoas podem conferir a qualidade da produção e também fazer cotação de preços.

Utilizando o processo de reciclagem e com o aproveitamento dos resíduos sólidos da construção civil gerados nos canteiros para a produção de argamassa de revestimento, os materiais passam a ter valor agregado. Durante a produção, os participantes contam também com orientações de oficinas de assentamento das peças e aprimoramento de técnicas de revestimento. Esse projeto está inserido na Incubadora Pública de Empreendimentos Econômicos Solidários com o apoio da Prefeitura de São Paulo.

A incubadora é um equipamento público, gerenciado pela Coordenadoria do Desenvolvimento Econômico da SDTE e tem como objetivo apoiar e assessorar a criação e expansão de grupos e empreendimentos da economia solidária. São considerados empreendimentos populares e solidários aqueles organizados sob a forma de cooperativas, associações e grupos comunitários para a geração de trabalho e renda, incluindo iniciativas que adotem o principio da autogestão, redes solidarias, formalizados ou em fase de formalização.

Novos rumos – Edmario Nunes do Nascimento e Nilton Pascoal Fernandes, respectivamente com 53 e 68 anos, tem históricos de vida semelhantes, ambos viveram por volta de 15 anos nas ruas de São Paulo e foram convidados a participar do projeto CresCimento.

Nascimento, que tem como ofício a profissão de pedreiro, afirma que se reencontrou neste projeto, pois aprendeu ainda criança a fazer trabalhos manuais com o avô, em Pernambuco. “Era uma atividade de marceneiro e sempre apareciam uns consertos, acabei aprendendo com ele algumas coisas. Quando soube do projeto vi que não teria dificuldades em executar”. Edmario se afastou da família e do trabalho formal por conta do alcoolismo, morou em albergues e casa de acolhida e está retomando a vida com o CresCimento.

O mineiro Fernandes, que vive na capital paulista desde a década de 1960, saiu das ruas há dois anos e tem retomado a vida com a ajuda de uma companheira. “Vi nessa oportunidade, um caminho para empreender e proporcionar algo melhor para minha família. A capacitação semanal na Incubadora nos dá segurança para entender do produto que fabricamos e que oferecemos ao público. Estou muito animado e em busca de apoiadores para transformar esse projeto em negócio ou mesmo em uma cooperativa”, relata.

O grupo que possui sete participantes fabrica periodicamente as peças que podem ser em cimento ou tipo porcelanato. Com preços competitivos, o metro quadrado do material pode sair, em média, R$ 37,00, e os empreendedores acreditam que a exposição nos três dias de feira gerará novos negócios nos próximos meses.


Fonte: Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo

 

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